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O tal Grito de Independência!

Eu gostaria de convocar os assíduos leitores deste blog para uma oportuna reflexão. Antes, um parênteses, ou melhor, dois:  (1) entendo como assíduo, aquele que visita isto aqui ao menos uma vez por mês e; (2) trata-se de uma oportuna reflexão por dois motivos: pela data de hoje e por, provavelmente, todos nós já termos nos livrado do ensino médio o que não mais nos obriga a aceitarmos as convenções que nos empurram goela abaixo. Fecha parênteses.

Vamos falar do GRITO DA INDEPENDÊNCIA!

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Convenhamos que é bastante romântica e com traços de poesia épica a versão em que D Pedro I estava lá passeando às margens do rio Ipiranga (pocotó, poc….) e de repente soltou o grito: Independência ou Moooorte! Ele tinha acabado de receber mais uma cartinha de Portugal botando pressão pra ele retornar pra lá, mas como na cartinha anterior ele já tinha inventado o dia do Fico, nessa, sem muita paciência, respirou fundo, pensou bastante na herança que o aguardava em Portugal (foi aí que ele tomou coragem), tirou a espada da bainha, o cavalo baixou a cabeça pra não sobrar pra ele (percebe-se que a levantou em seguida), soltou a voz e ficou aguardando o pintor real (que acompanhava a caravana, ou cavalana não sei) terminar o quadro, pra não perder nenhum detalhe, claro.

independencia

Sabe, eu nunca acreditei nesse grito de independência. Esta suposta libertação somente foi aceita pelas potências européias em 29 de agosto de 1825 (3 anos mais tarde)!! Portugal, após o tal “grito” atravessar o Atlântico, condicionou a “aceitá-lo” apenas após o Brasil pagar 2 milhões de libras esterlinas. Uma espécie de rescisão contratual, sem contrato, evidente. Na época não existia o Procon. Ou seja, “compramos” nossa independência. Pagamos com ouro? Não, claro que não. O ouro todo já tinha sido utilizado para alimentar o maior golpe da história aplicado por um padastro em seu enteado. Afinal, o Brasil (enteado) vivia feliz, tão feliz que vivia nu. Aí veio Portugal (padrasto), que já chegou querendo sentar na janela e ficar com o controle remoto da televisão, e assaltou a geladeira – tinha cada coisa gostosa! Pois é, sem o ouro, nós pegamos estas librinhas emprestadas da Inglaterra (na época, FMI=Fundo Monetário Inglês).

Então, como o Brasil pôde ficar independente neste dia se após o tal ato heróico de D. Pedro I, tanto ainda teve de ser feito? Muita água ainda rolou… E olhem que eu nem estou mencionando aqui a pressão dos oligarcas que, por medo das conseqüências de o Brasil voltar a ser regido por Portugal, viraram amigos de infância (passaram a torcer até pro mesmo time – o Benfica) de D. Pedro I!

Outra coisa, falando agora do período pós-“libertação”, vocês acham que os escravos e a população pobre, quando de fato a independência foi conquistada, notaram alguma diferença? Fato é que a independência trouxe uma alteração política, uma alteração de poder ao nosso país. Pergunto eu pra concluir: desde quando, no Brasil, termos um sistema político independente para as políticas públicas, com poder de atuação, é sinal de avanços na esfera social, de direitos humanos e distribuição de renda?

Ilustrações:
– 1a. imagem: “O Grito” (no original Skrik). Pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893.
– 2a. imagem: “Independência ou morte“. Óleo sobre tela de pintura de Pedro Américo, data de 1888.

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Aproveite e deixe seu comentário!

setembro 7, 2009 at 17:00 1 comentário


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